11 de janeiro de 2010

Despedida




Deixo-te
Assim, sem me despedir.
Como quem caminha rumo à liberdade.
Sem se importar com a dor de caminhar sozinha.

Deixo-te,
Porque nunca estive, exatamente, contigo.
E não quero prender-te mais.

Não queria ir-me.
Mas a natureza do homem é sempre essa,
Fugir do que lhe causa estranheza.
Esconder-se de si mesmo.

Queria calar-te dentro de mim,
E apagar essa luz que acendestes.
Mas sinto-te em todos os meus movimentos.
Em todas as minhas lembranças de felicidade.

Deixo-te,
Não por vontade própria.
Mas pela covardia de não conseguir amar-te sozinha.
Pelo medo de ter-te assim, tão distante.
Pela mesma razão que ouso querer-te.

Fostes tu tão irresponsável,
Não tivestes aparecido em minha vida,
Agora não precisaria te deixar.
Simplesmente por não me ter feito conhecer-te.

E agora, deixo-te.
Com todo o peso na alma
E uma vida a refazer.
Sem tua voz doce e teu sorriso aberto.
Sem lembrar que estavas lá, a qualquer momento.
Tua existência deixar-me-á com saudade,
Mas a lembrança dos teus olhos não terá tão rápida despedida.

Adeus, se posso dizer-te.
Vou para a vida.
Se nos encontrarmos em nossas caminhadas,
Se nos olharmos novamente,
E percebermos que o tempo que passou não foi perdido,
Então, volto a ti.
Se não, já serei outra mesmo, que importará?

Carla freitas

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